quarta-feira, 28 de novembro de 2007

VIAS EFERENTES AUDITIVAS




Vias Auditivas Eferentes



As projeções eferentes formam sistemas de retroalimentação que modulam o processamento de informações do nível periférico ao cortéx. Há dois sistemas eferentes principais : o fascículo olivococlear ( trato olivococlear medial e lateral) e um que termina em vários núcleos do sistema auditivo.



Trato olivovoclear Lateral



As células olivococleares eferentes laterais se projetam para as células ciliadas internas, são fibras não-mielinizadas com núcleos pequenos. Seus corpos celulares se localizam no complexo olivar superior, de onde saem projeções cruzada e não cruzada sobre o orgão de Corti.Utiliza como neurotransmissores acetilcolina, metencefalina e GABA, mas com papel desconhecido.



Trato olivococlear Medial



As células olivococleares eferentes mediais apresentam projeções bilaterais diretamente nas células ciliadas externas, são fibras altamente milienizadas por isso de condução rápida tendo como origem o complexo olivar superior, de onde saem fibras cruzadas e não-cruzadas. Seu principal neurotransmissor é a acetilcolina.










As fibras não-cruzadas , de ambos os tratos, formam um feixe espiral interno que corre imediatamente abaixo das células ciliadas internas, fazendo sinapse com os botões aferentes terminais nas células ciliadas internas. Já as fibras curzadas, fazem sinapse na base das células ciliadas externas, há apenas uma fenda sináptica. Devido a isso cada célula recebe uma denominação diferente, as células ciliadas que recebem inervação aferente e eferente são chamadas células Tipo A, e as que recebem apenas terminações aferentes células do Tipo B. Isso traz grandes implicações, como as fibras eferentes não-cruzadas terminam nos dentritos aferentes, sua ação não será diretamente sobre o corpo das células ciliadas mas sim a atividade do nervo aferente.







Papel da Via Eferente



Apesar de não se ter conhecimento sobre a função exata da via eferente, através de sua estrutura e de pesquisas pode-se concluir que esse sistema produz efeitos inibitórios sobre a via aferente, estimulando-se o trato olivococlear cruzado há uma diminuição na taxa de descargas de unidades neurais aferentes isoladas, redução no potencial endolinfático na primeira espiral e aumento da microfonia coclear na primeira espiral. Juntando isso com o que dito no início, sobre as vias auditivas eferentes funcionarem por um sistema de retroalimentação, a retroalimentação direta às células ciliadas externas influencia a mecânica coclear, em consequência, a sensibilidade e seletividade de frequência da cóclea. As alterações causadas pelos eferentes nos potenciais da membrana das células ciliadas externas alteram a altura das células e a rigidez de seus estereocílios. Isso modula o movimento da membrana basilar, influenciando a função coclear. Com o acoplamento estreito da membrana basilar à membrana tectorial pelas células ciliadas externas permite que o mecanismo eferente retroalimente a cóclea com energia para amplificar as respostas a tons específicos,aumentando o potencial de ação do NC VIII. Com o efeito amplificador coclear é possível uma percepção sonora seletiva a sons importantes. Em caso de ambientes silenciosos, toda a ação é contrária inibindo o potencial de ação do NC VIII. Outra ação das vias auditivas eferentes, é modular a atividade das células cicliadas externas, tanto para o efeito descrito acima quanto para inibir a contração mecânica das células, diminuindo assim as otoemissões acústicas e levando a proteção da via auditiva (liberação de GABA e dopamina).







REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:



ZEMLIN, Willard R. Princípios de Anatomia e Fisiologia em Fonoaudiologia; trad. Terezinha Oppido. - 4.ed. - Porto Alegre: Artmed,2000. Cap 6: Audição, pp. 519 – 521



HAINES, Duana E. Neurociência Fundamental;3.ed. - São Paulo: Elsevier,2006.



PAULUCCI, Bruno Peres.Fisiologia da Audição.São Paulo : USP – 2005.Disponível em : http://www.otorrinousp.org.br/imageBank/seminarios/seminario_28.pdf. Acesso em: 15/11/2007.